Sucesso com qualidade de vida

Nome: Fernando

Muito se tem falado sobre saúde financeira, administração familiar e outros temas afins. Com a estabilidade econômica do nosso pais, hoje as maiores preocupações estão entre como gastar corretamente, como fazer sobrar e onde investir o que sobra. Deveria ser um ciclo virtuoso incorporado a nossa cultura, mas a realidade é outra, o que vemos, até em nosso próprio umbigo, é uma “necessidade” insana de consumo, o que destrói qualquer saúde financeira.

Eu mesmo estou passando por uma dessas, nas minhas idas e vindas entre Florianópolis e Campinas, acabei montando morada em terras Catarinenses e me empolguei com os “cacarecos” mobiliários, comprometendo meu orçamento para os próximos quatro meses. Como a gente só se arrepende depois que fazemos nossas “loucuras”, aqui estou eu, sem poder comprar meu costumeiro vinho semanal, ou aquele livro que está na lista do “próximo a ser lido”, ou até melhor: um investimento para trocar de carro, fazer uma viagem ou até para complementar minha aposentadoria.

Pois é, tarde de mais para arrependimentos. Nem tudo está perdido, agora entra a historia que quero compartilhar, e que está me ensinando muito e espero contagiar vocês também. Trata-se da história da vida de uma família, nativos de Floripa, (os nativos são chamados por lá de manezinhos da ilha, por causa da colonização açoriana), gente simples de coração enorme, com os pés no chão e as ”mãos na massa”.

É a história do Valdir e da Leninha que, começaram a namorar cedo, e desde cedo também, iniciaram a construção – com as próprias mãos - do seu patrimônio. Nessa época, ele com vinte e um anos, balconista de lanchonete e ela, dezesseis anos, já atendendo em seu salão de beleza improvisado na sala da casa dos pais, guardavam tudo o que sobrava de seus rendimentos, e começaram a construir a casa de seus sonhos.

Aos vinte e três e dezoito anos de idade, respectivamente, se casaram e dedicaram todo o tempo que sobrava, inclusive os finais de semana, e todo o recurso que tinham, para continuar a construção da casa. Alguns detalhes importantes já faziam muita diferença: a Leninha sempre controlava tudo num caderno, tanto as contas do seu salão, que já estava muito bem obrigado, quanto as compras de material de construção, que sempre compravam aos poucos, mas nunca a prazo.

O Valdir foi trocando de emprego, até que um dia teve a idéia de abrir um restaurante de frutos do mar – parece que cozinhar bem faz parte da natureza dos manezinhos da ilha. Assim foi, no terreno da sogra o Valdir construiu o local onde poucos meses depois inaugurou o restaurante. Enquanto o empreendimento na Lagoa da Conceição ficava conhecido até na Argentina, a Leninha continuava com seu salão, com uma área exclusiva para banhos de sol, enquanto se aguardava a vez de ser atendido.

Dois anos se passaram, e depois de uma ulcera gástrica devido a desgastes com um sócio, ele encerrou uma deliciosa carreira gastronômica e tratou de cuidar da saúde, pois a família crescera com a chegada da Cheyenne, uma garotinha linda que dividia o tempo da mãe entre cuidados e o salão de beleza.

O Valdir passou a trabalhar na vidraçaria do bairro, e com o mesmo esmero e o controle da Leninha, terminaram a casa, adquiriram veículos e passados dez anos, com um patrimônio beirando o milhão, o casal é proprietário da Vidraçaria e Molduraria Itacorubi, não têm nenhuma prestação nem dívidas, passeiam todo o final de semana com a Cheyenne, que adora camarão.

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