Saúde financeira e bem estar

No trabalho, Joel conquistava todos com seu bom humor e carisma, parecia sempre estar de bem com a vida, sem problemas.
Longe de ser um conformado com tudo, sempre era questionado do por que estar a toda hora feliz. Quando encontrava com alguém distraído, mal humorado e o cumprimentava com um sorriso, não era raro receber a réplica:

- O que foi Joel? Está sempre rindo. Até parece que ficou rico, ganhou na loteria?

Antes de saber a provável resposta de nosso personagem, vamos analisar a questão de seu colega que não estava muito bem ultimamente:

O “presenteísmo”, estar apenas fisicamente no local de trabalho, mas com a mente voando por aí, o popular “no mundo da lua”, pode ser um dos sintomas de que algo de errado ocorre com uma pessoa.
Apesar de parecer inofensivo, o estar desatento por qualquer motivo é responsável por muitos acidentes de trabalho, erros de cálculos, dificuldade de concentração, etc.
Mas antes de continuar, deixo uma pergunta: Qual o tipo de problema que mais atinge as pessoas hoje?
É provável que a maioria responda que é a falta de dinheiro. Mas será que é isso mesmo?

Com o aumento do crédito e das facilidades para financiamentos de todos os tipos, o endividamento aumentou bastante. É ponto comum numa economia em crescimento. Muito disso vem da demanda criada pelo consumo reprimido, devido a altas taxas de juros aplicadas em um passado não tão distante assim. Porém, o costume de organização e planejamento das contas pessoais não acompanhou esse crescimento da oferta de crédito no mercado.

A maioria das pessoas não demonstra seus problemas financeiros, mas outros sintomas podem denunciar isso. Insônia, depressão e estresse. O caminho é curto para a degradação do relacionamento familiar e a chegada ao ambiente de trabalho, onde vemos a diminuição da capacidade produtiva, pedidos de adiantamento de salário, acordos de dispensa e, mais recentemente, contrato de crédito consignado. Esse último representando, em muitos casos, um comprometimento de parte do salário de mais de 60% dos colaboradores de uma empresa.

Um problema dessa ordem tem a saída na Educação financeira.
Ninguém gosta de ouvir que, para não entrar em dívidas, não deve fazê-las. Contudo, para não entrar numa ciranda negativa, é necessário aprender a organizar e planejar sua vida financeira, isto é, saber como seu dinheiro pode durar todo o mês, por mais difícil que isso possa parecer. É fato que apenas ganhar mais não resolve necessariamente os problemas com endividamento. Quem ganha mil e gasta dois, provavelmente se ganhasse quatro, gastaria seis.

Mas e quanto a Joel?

Na verdade não ganhara na loteria, sua “riqueza” vinha do fato de saber lidar com o dinheiro e sua felicidade de apenas saber sorrir.
 

Artigo publicado na revista Inove set/2008

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